As Cartas Que Vinham de Longe
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Um amor poderoso que transcende tempo e espaço. Sua felicidade diária era ver a moça passar na calçada do escritório onde trabalhava. Ele ficava olhando-a até que virava a esquina e desaparecia de seu campo de visão. Fez isso todas as manhãs durante um ano. Um amor contemplativo e platônico nasceu desses olhares para a moça que caminhava tranquilamente, sem perceber seu admirador que a admirava em silêncio. Mirela e Santiago, após o primeiro encontro na lanchonete, iniciam um namoro, unindo-se cada vez mais pelo amor, carinho e ternura demonstrados pelo rapaz, que, sem fazer grandes declarações de amor, mostra esse sentimento em todos os gestos de carinho e cuidado. Ele vive para ela, e ela vive para ele. Noites de intenso desejo e ternura envolviam o casal, que sabia que se completava. Um amor perfeito nascido em um mundo cheio de imperfeições. O mundo era pequeno para conter tão poderoso amor, tão grande paixão que os envolvia. Após duas semanas de casados, um simples bilhete escrito por Santiago dá ciência a Mirela que ele necessitou partir, sem, no entanto, dar-lhe nenhuma explicação. Por sua atitude, ela sente as lágrimas silenciosas, as dúvidas, a confiança, as saudades, os sofrimentos, as dores agudas e uma longa espera por um regresso que não se sabia se aconteceria. Um desaparecimento que põe lamentos nos olhos e tristeza nos corações. Uma partida sem retorno. Uma espera angustiante. Uma carta, dias depois da partida de Santiago, surge com o pedido de um ano da vida de Mirela para se corresponderem apenas por cartas. Ela aceita, embora sofra diariamente com a distância e os longos silêncios do marido, que enchem seu coração de angústias. As cartas apaixonadas duraram um longo ano. Às vezes, um silêncio se prolonga por meses, deixando Mirela apreensiva. Depois do silêncio, chegam novas cartas apaixonadas, sem, contudo, explicar o tempo silente. As cartas que vinham de longe traziam notícias incompletas e não davam a razão da partida e da distância, deixando
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