Futuros em disputa: autonomia estratégica, tecnologia e defesa no Brasil contemporâneo
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Ao longo das décadaso desenvolvimento da tecnologia nuclear no âmbito doméstico brasileiro povoou o imaginário de sucessivos governos que vislumbravamcom issoa aproximação do país ao grupo das potências mundiais e a (suposta) inserção na modernidade em termos geopolíticos. Quando Juscelino Kubitschek foi eleito à presidência da República em 1956estruturou-se com ele a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)idealizada para dinamizar o setor na esteira dos ares desenvolvimentistas da nova gestão. Porémmais de uma década se passaria até se firmar o convênio com os Estados Unidos para a criação da usina nuclear brasileira em Angra dos Reis ? um elefante branco que se arrastaria por tantos anos até começar a operar em 1985. Já no primeiro governo Lulahavia a expectativa pelo projeto de construção de um submarino de propulsão nuclear ? mas queprevisto para 2022foi adiado para 2032. Essa é uma das abordagens da coletânea Futuros em disputa: autonomia estratégicatecnologia e defesa no Brasil contemporâneocoorganizada por Jonathan de Araujo de Assis e Samuel Alves Soares. A obra examina a posição do país em um quadro de constantes transformações globais em termos de defesacorrida armamentista e segurança internacionalnotadamente a partir do recrudescimento de velhos antagonismos entre grandes potências. Esse cenário tem impactado a margem de manobra de países do Sul Global ? como o Brasil ?que se ressentem da falta de maior liberdade em suas tomadas de decisão. O livro é fruto de um trabalho coletivo de várias frentesabarcando as áreas de relações internacionaisciências aeroespaciaistecnologia nuclearestratégias militares e desenvolvimento econômico. Reúne mais de vinte autores quepela multiplicidade de perspectivasanalisam em dez capítulos as políticas e estratégias de defesa do paíssempre considerando circunstânciascontextos e alianças relacionadas ao fornecimento de matérias-primasexpertiseinteresses comerciais e dependência tecnológica dentro do jogo geopolítico.
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