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Nada torna o homem mais otimista que o estômago cheio: as representações da pobreza na imprensa de Juiz de Fora (1890-1
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Este livro é resultado de uma ampla pesquisa que buscou entrelaçar dois elementos-chave: a questão social da pobreza no Brasil nas primeiras décadas da república, e a participação da imprensa periódica na vida social e política no mesmo período. Com o olhar voltado para a cidade de Juiz de Fora (MG), por acreditar que esta reúne elementos presentes em outras cidades brasileiras no que tange aos processos de modernização e da passagem de um modelo econômico e laboral baseado no trabalho escravo para o modelo capitalista-industrial assentado sobre o trabalho livre. Contudo, a síntese desse processo resultou no agravamento da situação de pobreza de uma grande parcela da população, acarretando em sérios entraves às classes dirigentes e elites econômicas, simbioticamente amalgamadas: como a ideia de progresso poderia se sustentar com a presença da miséria de forma tão latente? Como os pobres deveriam ser aproveitados? Qual o lugar que esses indivíduos deveriam ocupar na nova sociedade? Se consolidando como uma das grandes forças políticas, os jornais apresentam-se nesse contexto como instrumentos pedagógicos de moralização da sociedade, crítica e cobrança e que dentre outros tantos temas caros àquela ordem do dia, se dedicaram imensamente ao tema da pobreza, e sobretudo se ocupando daqueles que sofriam desse mal: os pobres. Numa grande polifonia de vozes e opiniões, os homens de imprensa travaram pequenas batalhas cotidianas com suas penas, às vezes quixotescas pela instrumentalização política dos periódicos, em prol da grande luta do século XX: A gloriosa epopeia do trabalho.
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