O Pobre de Assis: a representação de uma memória
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Este livro discute o processo de formação da Ordem Franciscana e a representação santa e política de São Francisco de Assis para a Cúria romana como um instrumento de controle social da baixa Idade Média. Trata-se, pois, da institucionalização na hierarquia da Igreja Católica de uma Ordem fundada por um homem que desejava apenas ensinar o Evangelho de Cristo. No contexto do século XIII, foram compostas inúmeras representações de santidade sobre São Francisco de Assis, as quais estão presentes por meio dos escritos hagiográficos, das discussões sobre as regras (Bulada e não Bulada), do testamento escrito por Francisco e do corpo do fundador que viria se tornar santo. As representações e as santidades construídas em torno do santo foram feitas gradualmente. Primeiro aconteceu a canonização, depois a hagiografia de Tomas de Celano que, dentre outros aspectos, discorria sobre o corpo reconhecido como relíquia e mais tarde, outras produções hagiográficas continuaram as discussões internas sobre os textos escritos por São Francisco. Inicialmente pesquisa realizada durante o mestrado em história pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC/GO, o livro se insere nos debates recentes sobre a vida de Francisco de Assis como personagem central para compreender o Ocidente medieval na trama discursiva das representações da santidade. O Cardeal Bergoglio, na assunção ao Trono de Roma como Papa Francisco, busca no simbolismo de Francisco, o Santo de Assis, constituir marca identitária construída ao longo de oito séculos, mas mais precisamente no século imediatamente seguinte à vida do primeiro Francisco. É o caminho da santificação, da construção textual e simbólica do Pobre de Assis nos primeiros séculos, que o trabalho de Fernanda Amélia Leal Borges Duarte percorre, com fôlego, com acuidade, iluminando as fímbrias do jogo histórico daquele momento que o largo tempo de memória vem comprovar. No capítulo um, compreende-se a discussão sobre o conceito de hagiografia, entend
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