O triunfo da manipulação
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A coleção Risco Radical, organizada pelo Projeto editorial Praxis (a editora da RET - Rede de Estudos do Trabalho) visa divulgar textos básicos sobre temas candentes para a crítica do capital no século XXI. O pequeno formato facilita a leitura e a disseminação de reflexões necessárias para a crítica do nosso tempo histórico. Nossa reflexão busca destacar o fato histórico de que a manipulação se tornou a característica essencial do capitalismo após a Segunda Guerra Mundial. Ao criar o termo capitalismo manipulatório, Gyorgy Lukács foi visionário. O adjetivo manipulatório qualifica a natureza fundamental do sistema global do capital. Por isso, mais importante do que qualificar o capitalismo global como capitalismo cognitivo, capitalismo neoliberal ou capitalismo tecnológico ou mesmo capitalismo financeiro, o mais adequado para a crítica do capital, é qualifica-lo como capitalismo manipulatório pois é a partir da sua natureza essencialmente manipulatória que o modo de produção capitalista organiza hoje – mais do que nunca – a política, o trabalho, a subjetividade, a cultura, a ideologia e a tecnologia. Portanto, a manipulação numa dimensão inédita na história humana, organiza a reprodução do capital global. Nunca o poder da ideologia enquanto manipulação adquiriu tanta força material. Após a Segunda Guerra Mundial, os recursos tecnológicos dos meios de comunicação e (des)informação de massa se desenvolveram de forma impressionante. Da televisão à Internet com redes sociais, tais meios de manipulação das massas, contribuíram para impulsionar a revolução cultural do capital. Numa dimensão historicamente inédita, o consumo e a política tornaram-se objeto da manipulação do capital. Não podemos subestimar o poder das novas tecnologias informacionais em alavancar o poder da ideologia e a manipulação da subjetividade humana a serviço dos interesses do sistema do lucro. O livro compõe-se dos seguintes capítulos: A presença de Lukács; A crise ideológica do capita
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