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Qualquer lugar menos agora
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Em tempos de fronteiras fechadas e planos de viagem suspensos, Qualquer lugar menos agora guia o leitor pelas mais peculiares vivências do autor em suas andanças pelo mundo e mata um pouco a saudade de estar lá fora. Com uma escrita ágil e sedutora, Cuenca nos transporta para bares em Nova York e Tóquio, manifestações de rua em Paris e Istambul, pistas de dança em Cabo Verde e no Vietnã, karaokês em Bangkok e no Rio. Há também quadros em movimento — como o mototáxi em Mossoró, o trem noturno Paris-Milão, as caminhadas noturnas em Macau e Buenos Aires — e muitos encontros surreais e inesperados: com a raposa epifânica na madrugada em Berlim, com um fantasma em Portugal ou um mosteiro budista em Hong Kong. Por fim, junto com Cuenca passamos a conhecer de perto os corredores de exclusão: os palestinos em Gaza, os bolivianos subempregados em São Paulo, o insólito intercâmbio entre Porto Príncipe e Nova York, captado com maestria na crônica As mãos que vêm do Haiti. Em todas essas viagens, encontramos a escrita romanesca e a observação sensível de João Paulo Cuenca. As marcas de sua obra ficcional continuam presentes a começar pelo sujeito fora de lugar, que é o desses registros de viagem, nos quais o autor afirma não escrever jamais sobre turismo, mas sobre viajar. A diferença? Viajar sempre esconde a esperança de uma revelação — e esse livro está cheio delas. Se cada viagem é feita de instantes, conte com Cuenca para registrar alguns deles com sensibilidade de quem busca vibrações inesperadas para descrever por onde passa, de uma pista de dança lenta em Cabo Verde a uma noite sem breu em Estocolmo. – Zeca Camargo
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