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vale do Amazonas
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Tavares Bastos foi o João Batista do liberalismo no Brasil. Rui Barbosa, que o citou abundantemente, dizia que ele havia compassado todos os problemas políticos do país. No Vale do Amazonas defende a tese liberal, e no tempo temerária, da abertura do grande rio ao comércio internacional. Viu vitorioso o seu ponto de vista, embora os resultados não tenham correspondido à expectativa de progresso da região. Mas a argumentação que desenvolveu e os estudos profundos a que procedeu permanecem entre os grandes feitos da inteligência de seu tempo. Revelou a existência de uma geração capaz de equacionar os problemas nacionais dentro dos pensamentos dos grandes doutrinadores liberais contemporâneos. Na elaboração dos atos constitutivos da federação republicana seu nome é invocado constantemente como o doutor do liberalismo e do federalismo. Dele diz Raul Lima que conseguiu tratar os temas que versou com rigorismo de apreciação, sem cair na chateza e aridez. Expondo, dissecando as questões, não se afundou na frieza e na vulgaridade da palavra, que é sempre cálida e vigorosa. Por isso Fernando de Azevedo refere-se à sua literatura substanciosa e enxuta. Observação importante de Raul Lima na introdução aos trechos escolhidos para a coleção Nossos clássicos é que os problemas que ele estuda são sempre encarados do ponto de vista universal, ou ao menos nacional. Ele não é um regionalista. Mesmo o caso da abertura do Amazonas é tratado menos como um caso local do que como um assunto que interessa à nação e à humanidade. O que o empolga é o homem em geral. Está empolgado pelos grandes pensadores de seu tempo: Montalembert, Guizot e, principalmente, Tocqueville, que recentemente voltou às estantes dos sociólogos e políticos, e é considerado um dos mais lúcidos observadores do fenômeno dos Estados Unidos. Atribui-se à influência deste autor o entusiasmo de Tavares Bastos pela intensificação das relações econômicas com a grande República do Norte. O pensamento dominante em todo este e
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