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é perigoso deixar as mãos livres (0303)
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Você lembra do exato momento em que poderia ter se tornado outra pessoa? Em que tomar uma decisão diferente inventaria outra vida para você? A voz que nos conduz pelas páginas de é perigoso deixar as mãos livres, de Isabela Bosi, circula pelas muitas bifurcações que nos interpelam durante a vida e faz, nas tramas do poema, um filme estrelado por todos aqueles que, de alguma maneira, decidimos não ser. Em seus versos calmos e meditados, tudo o que existe — o país em que estão nossos pés reais, a casa em que alguma brisa nos surpreende, esta figuração que chamamos de eu — convive com tudo o que poderia ter existido (impossível não ouvir aqui o eco de Manuel Bandeira lamentando a vida inteira que podia ter sido e que não foi). A poeta nos lembra que tecemos nossa passagem pelo tempo com fios materiais e imateriais. Se a vida arrasta o corpo para um caminho, a memória faz com que todos os outros caminhos continuem sendo parte da nossa vida: o som da turbina naquela/ tarde era como o som da/ turbina em qualquer dia da/ memória não fosse meu corpo/ agora outro dentro dessas/ roupas. Bosi nos coloca num outro corpo, num outro continente talvez, em que crianças que não nasceram correm ao nosso redor. Espreita-nos, nos versos, a solidão da pessoa que não chegou a existir. É possível sentir o cheiro de um mar que só existe entre lembranças vagas, e até mesmo os pelos do braço em contato/ com a saudade. Os leitores de poesia sabem que as palavras são capazes de nos fazer viver outras vidas — assim como permitem viver de outro modo esta mesma vida. Nos versos de Bosi, alguém escava a memória para revelar os outros alguéns soterrados sob seu nome, porque não aceita que viver seja apenas ajustar-se à vida condensada/ neste agora frágil.
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