Educação e religião: alcovas que viram salas, celas que viram capelas
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Este livro foi fruto do trabalho que desenvolvi no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas – CPTF. Resultado de minha pesquisa de mestrado, teve como Locus uma unidade prisional situada na região do Extremo Sul da Bahia. Os presídios brasileiros é um campo fértil para o trabalho de pesquisa em diversas áreas, contam histórias de suas estruturas, de seus sujeitos, da vida e rotina, de como, quando e os fatores que contribuíram para uma existência forjada pelo delito, pela transgressão das leis estabelecidas na sociedade até ver-se aprisionados. Durante doze anos de trabalho procurei observar o comportamento do interno, suas relações sociais, afetivas, e, principalmente, qual o papel da educação e da religião para aqueles indivíduos.O leitor irá se deparar com muitas surpresas e algumas nem tanto, resultado de minha dissertação de mestrado em Ciências das Religiões, a obra nos lembra que o sistema penitenciário brasileiro foi construído historicamente sob o crivo de injustiças sociais e pressionado por uma sociedade que teima em ser capitalista e excludente. O impacto na vida de quem vive à margem é muitas vezes inevitável, todavia, Importa saber que mesmo o ser humano em situação de crime e reclusão não perde sua sociabilidade. A prisão física não tira sua capacidade de fé, de crença, de busca de conhecimento, de sonho, de objetivo, de viver, por pior que seja a situação. A vida é sempre desejada, por mais que esteja errada, como diz o poeta, ninguém quer a morte, só saúde e sorte! O presídio que seria o lugar dos desesperançados, dos (des)socializados, também foi visto por dentro como um ambiente solidário e comunitário. O que me levou a questionar: o que mantém indivíduos presos e na maioria das vezes em harmonia? Porque não há uma constância de conflitos, rebeliões e motins se os piores seres humanos estão juntos no mesmo espaço? O que mantém a estabilidade e a amabilidade? São pertinentes os questionamentos, entretanto, não respondemos a todos eles, mas observamos
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