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Exu, de Aluízio Fontenelle, é um estudo pioneiro e aprofundado sobre a entidade Exu tal como cultuada nas tradições afro-brasileiras (principalmente Umbanda e Quimbanda), mas também em suas possíveis conexões com a magia ocidental. Dividido em cinco grandes blocos Deus, Espírito, Homem, Descrença e Considerações sobre a Umbanda – o livro mescla pesquisa histórica, etimológica e mística, oferecendo tanto análises teóricas quanto práticas. Fontenelle explora a raiz da palavra Exu, contrapondo hipóteses sobre sua procedência africana e suas ressonâncias em termos latinos e semíticos. Discute ainda a relação simbólica entre Exu e figuras como Lúcifer, ressaltando que, para ele, ambos representam forças-limite, guardiões de transições entre o plano material e o espiritual. O autor apresenta um detalhamento das diversas falanges de Exu (grupos de espíritos que compartilham características comuns), bem como os reinos por onde essas falanges atuam. Cada falange é associada a cores, ritmos de ponto cantado, pontos riscados e oferendas específicas, de modo a orientar quem pratica a magia de Quimbanda ou os rituais de Umbanda. Num tom quase jurídico?ritual, Fontenelle impõe leis da Umbanda e da Quimbanda, descrevendo normas de conduta — tanto para médiuns quanto para frequentadores de terreiro — e estabelecendo protocolos para a comunicação com Exus. Ele inclui ainda vários pontos (cantados) e pontos riscados de sua autoria, que influenciaram gerações seguintes de incantadores. Em um movimento ousado, compara símbolos da Cabala (como o tetragrama e signos zodiacais) e figuras como o Baphomet de Mendes às iconografias de Exu, sugerindo que existe uma magia universal na qual elementos africanos e europeus se cruzam. Esse diálogo de tradições é um dos aspectos mais controversos do livro. Por ser um dos primeiros trabalhos sistemáticos sobre Exu em língua portuguesa, a obra de Fontenelle é valiosa para estudiosos de religiões afro-brasileiras e de ocultismo, mas também merece leit
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