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Primeira metade do séc. XX, encontramos na cidade do Rio de Janeiro as bases daquilo que se deseja para o Brasil: aos poucos, as ruas são alargadas, os espaços são repensados e refeitos, o trabalho é encorajado, a ociosidade e a malandragem são combatidas. Em outras palavras, o Rio civiliza-se. É nesse cenário que encontramos a figura de Madame Satã: negro, pobre, homossexual, malandro... Entres idas e vindas, passa 27 anos presos por crimes diversos, mas que, na maioria das vezes, cometera para manter sua honra de valente. Madame Satã, personalidade polêmica da Lapa boemia e marginalizada, poderia ter a vida representada de formas variadas, mas, justamente por suas diferenças, ele se distinguiu de todas as outras pessoas de seu meio e se tornou o maior malandro de todos os tempos, como descrito em seu livro de memórias. Assim, diante de tais condições, buscamos analisar a construção da identidade de Madame Satã pelos discursos que constituem sua pessoa e o meio no qual viveu.
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