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Olho
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Dividido em três partes, Dentro do corpo vítreo, No centro do corpo vítreo e Fora do corpo vítre, Paulo Sá questiona para que dois olhos para ver a mesma coisa? Em seu poema Para que dois olhos?, ele pergunta: Quem não fica engasgado/ quando abre um olho/ por uma qualquer circunstância/ e se vê pelo outro submetido/ à outra evidência/ numa situação de sem querer/ se ver, dramaticamente, assujeitado/ ao que aquele não via? Como nos dois livros anteriores, para Paulo Sá, a poesia é um experimento, uma experiência filosófica para se chegar à outra visão da mesma coisa, sem se sujeitar a olhos alheios. Ele busca tornar mais pleno apenas/ o que é primário. São todas as versões do Ver, desde a lágrima que escorre ao espelho que replica o que os olhos não podem ver de si. Como estudar-se para descobrir o que ver. A experência poética serve para deslindar o visto. Estudar o físico e o psíquico. Eu era um empirista com progressos espetaculares. Ir além da compreensão: Confie em mim/ sou desconfiado/ desfia o seu bailado/ que sou um cego/ confiando seu corpo tatuado . Raciocínio estético e preciso: Cabe a você dizer que sim/ coube a mim desconversar que não. Para quem a volta é uma linha reta em curva e a curva uma tensão torta alinhada, resta descobrir quem é seu pshyco-love. A poesia serve para reconstruir tudo antes que desmorone. Publicou Panspermia (Ibis Libris, 2012) e Trans|Crio: avatares de vida e morte (Luneta, 2014). Este é seu terceiro livro de poesia.
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